Vitamina D pode beneficiar pacientes com lúpus
Artrite inflamatória juvenil e diabetes
Os resultados de um estudo envolvendo mais de 9.000 pacientes, apresentado no EULAR 2016, mostraram que o diabetes tipo 1 ocorre numa frequência significativamente maior em pacientes com artrite inflamatória juvenil (AIJ) do que na população em geral. Uma melhor compreensão desta ligação entre diabetes e AIJ pode levar a novas intervenções preventivas e terapêuticas em ambas as doenças. “A artrite inflamatória juvenil é a doença reumática crônica mais comum da infância, afetando cerca de 20-150 crianças em cada 100.000. Ela é definida como uma inflamação crônica das articulações sinoviais, com causa desconhecida, que pode começar em crianças, mesmo bem novinhas, com um ano de idade, e que persiste por pelo menos seis semanas. A AIJ provoca dor, inchaço e rigidez das articulações, e, por vezes, exantema e febre. Apesar dos avanços no tratamento, a AIJ pode fazer com que muitas crianças fiquem foram da escola e não participem das atividades físicas”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo), que esteve presente ao evento, que aconteceu em Londres, entre 08 e 11 de junho. Nos últimos anos, avanços importantes têm sido feitos na compreensão dos chamados genes de suscetibilidade que contribuem para diferentes doenças autoimunes. Está se tornando claro que, apesar das diferenças clínicas aparentes entre as doenças autoimunes, elas compartilham uma série de fatores de risco genéticos. Crianças e adolescentes com AIJ são, portanto, suscetíveis de desenvolver outras doenças autoimunes. “Há um claro aumento na prevalência de artrite inflamatória juvenil em jovens com diabetes tipo 1 em comparação com a população pediátrica em geral. No entanto, este estudo mostra a correlação inversa: que o diabetes tipo 1 ocorre mais frequentemente em pacientes com AIJ. O próximo passo é explorar em detalhes os fatores e mecanismos que ligam as duas doenças e confirmar que estes resultados são aplicáveis a outras áreas geográficas, onde diferentes fatores ambientais e genéticos estão em jogo. Ao compreender melhor esta ligação, poderemos ser capazes de desenvolver novas intervenções preventivas e terapêuticas”, diz o diretor do Iredo. O estudo incluiu 9.359 pacientes com AIJ, com idade média de 12 anos, e uma duração média da doença de 4,5 anos, registrados na base de dados pediátricos reumatólogicos alemães, entre 2012 e 2013. O diabetes tipo 1 foi diagnosticado em 50 dessas crianças, o que equivale a uma predominância de diabetes de 0,5%. Em comparação com uma amostra de idade e sexo da população em geral, a prevalência de diabetes em pacientes com AIJ foi significativamente maior, com aproximadamente o dobro da razão de prevalência de diabetes em pacientes com AIJ em relação aos controles (1,92 para as meninas e 2,04 para os meninos). Mais da metade dos pacientes (58%) desenvolveram diabetes antes de AIJ. O aparecimento do diabetes aconteceu, em média, cinco anos antes do início da AIJ. A maioria desses pacientes não tinha recebido qualquer drogas anti-reumática antes do início da sua diabetes. Os pacientes com diabetes tipo 1 não diferiram significativamente no espectro de gravidade da sua AIJ em comparação com aqueles sem diabetes.
Fatores de risco para osteoporose: saiba mais!
Em geral, os fatores de risco para osteoporose são influenciados pela idade, pelo gênero e pela origem étnica. Normalmente, quanto mais idoso, maior é o risco de ter osteoporose. As mulheres são mais suscetíveis à perda óssea do que os homens. Entretanto, embora as mulheres tenham mais chances de sofrer uma fratura osteoporótica (devido à repentina perda óssea durante a menopausa), os homens também podem sofrer de osteoporose. Embora alguns fatores de risco não possam ser modificados (fatores de risco “não- modificáveis”), você deve ser consciente de que fatores que influenciam na sua saúde. Os seguintes fatores de risco são motivo para que você se submeta a uma avaliação da saúde dos seus ossos: História familiar “A genética e o estilo de vida que você compartilha com a sua família e a dieta contribuirão para o seu pico de massa óssea e para o ritmo da perda óssea em idade avançada. Se um dos seus pais sofreu uma fratura, especialmente de quadril, você tem mais chances de ter osteoporose. Cerca de 20-25 % de todas as fraturas de quadril ocorrem em homens mais velhos e os homens têm uma maior probabilidade de ficar com uma deficiência e de morrer após uma fratura de quadril. A osteoporose também é mais comum em pessoas de origem europeia ou asiática, provavelmente por causa das diferenças na estrutura óssea e no pico de massa óssea”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Fratura prévia “As pessoas que já tiveram uma fratura osteoporótica têm quase duas vezes mais possibilidades de ter uma segunda fratura, em comparação com pessoas que nunca sofreram fraturas. Qualquer pessoa que tenha sofrido uma fratura depois dos 50 anos deve fazer uma avaliação para verificar se tem osteoporose. Na maioria dos casos, será indicado um tratamento para prevenir prováveis futuras fraturas”, diz o reumatologista. Certos medicamentos Alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais que diretamente enfraquecem os ossos ou que aumentam o risco de fraturas provocadas por quedas. Os pacientes que tomem alguma das seguintes drogas devem consultar os seus médicos sobre o aumento nos riscos da saúde dos ossos: Glicocorticosteroides – por via oral ou inalados (por exemplo para asma, artrite); Certas drogas imunossupressoras (calmodulina/inibidores da fosfatase calcineurina); Tratamento hormonal para a tiroide (L-Tiroxina); Certos hormônios esteroides (acetato de medroxiprogesterona, hormônios agonistas liberadores de hormônio luteinizante); Inibidores de aromatase (utilizados em tratamentos de câncer de mamas); Certos antipsicóticos; Certos anticonvulsivantes; Certas drogas antiepiléticas; Lítio; Inibidores da bomba de Prótons. Hipogonadismo primário/secundário em homens “Homens jovens que sofrem de hipogonadismo com baixos níveis de testosterona têm baixa densidade óssea, que pode ser aumentada por meio de uma terapia de reposição de testosterona. Em qualquer idade, o hipogonadismo agudo, como aquele resultante da orquiectomia, para o câncer da próstata, acelera a perda óssea a um ritmo semelhante à perda sofrida por mulheres menopáusicas. A perda óssea após uma orquiectomia ocorre rapidamente durante vários anos e na maioria dos casos é recomendável que se faça um tratamento para preveni-la”, orienta Sergio Lanzotti. Certos distúrbios médicos Algumas doenças, assim como os medicamentos utilizados para tratá-las, podem enfraquecer os ossos e aumentar o risco de fraturas. Entre as doenças e os distúrbios mais comuns que podem colocar uma pessoa em risco, encontram-se: Artrite reumatoide; Problemas nutricionais/ gastrointestinais (Doença de Crohn etc.); Doença renal crônica; HIV; Doenças hematológicas/tumores malignos (inclusive cânceres de próstata e de mamas); Certas doenças hereditárias; Estados hipogonadais (Síndrome de Turner / Síndrome de Klinefelter, amenorreia etc.); Desordens endócrinas (diabetes, síndrome de Cushing, hiperparatiroidismo etc.). Menopausa/histerectomia “Mulheres pós-menopáusicas e aquelas que já sofreram a retirada dos ovários ou que tiveram menopausa precoce antes dos 45 anos, devem prestar maior atenção à sua saúde óssea. A perda óssea acelerada se inicia depois da menopausa, quando o efeito protetor do estrogênio fica reduzido. Para algumas mulheres, uma terapia de reposição hormonal pode ajudar a reduzir o ritmo da perda óssea, quando iniciada antes dos 60 anos ou até 10 anos depois da menopausa”, orienta o diretor do Iredo.
Fibromialgia: uma dor que não passa!
Dor nos ombros, nos braços, nas costas, nas pernas, na cabeça, nos pés. Quem tem fibromialgia conhece bem o corpo, pois todo ele reclama… Antigamente, as pessoas que apresentavam este quadro clínico sofriam duplamente, pois a doença demorou a ser reconhecida como um mal físico. “A fibromialgia já foi confundida com depressão e estresse. Por falta de informação — e diagnóstico —, os pacientes ainda tinham que sofrer na alma o transtorno que a dor já impingia ao corpo”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares. A fibromialgia é classificada como uma síndrome porque se caracteriza por um conjunto de sintomas. “O que está presente em todos os quadros é a dor difusa pelo corpo inteiro, presente na maior parte do dia”, diz Sérgio Lanzotti. Em geral, a dor vem acompanhada de algumas outras manifestações como formigamento, irritabilidade, enxaqueca, cólon irritável, pernas inquietas e distúrbios do sono. “Os pacientes que apresentam fibromialgia geralmente dormem mal, têm sono leve, entrecortado, não reparador. Ao despertar, a pessoa fica com a sensação que não descansou”, explica o especialista em Reumatologia. É comum ainda que os fibromiálgicos apresentem alterações de humor, com quadros de depressão ou de ansiedade. De acordo com pesquisas, 25% dos portadores apresentam sintomas de depressão junto com dores difusas, enquanto 50% relatam aos médicos que já tiveram crises depressivas, antes de surgir o quadro doloroso. Com o avanço dos estudos e pesquisas sobre a doença, as evidências comprovam que a fibromialgia é uma doença física, sim. Não se trata de uma síndrome invisível. Há trabalhos científicos mostrando que o portador apresenta alterações na anatomia cerebral. Um desses estudos foi apresentado no final de 2008, na França. Graças a um exame por imagem chamado Spect – tomografia computadorizada por emissão de fóton -, os médicos do Centro Hospitalar Universitário de La Timone, em Marselha, constataram que no cérebro de 20 mulheres com esse tipo de hipersensibilidade havia um fluxo maior de sangue em regiões que identificam a dor. Paralelamente, notaram uma queda de circulação na área destinada a controlar os estímulos dolorosos. Nas dez voluntárias saudáveis que participaram da pesquisa, nenhuma alteração foi detectada. Este trabalho soma-se a outros dados consagrados sobre a presença do distúrbio, como o aumento dos níveis de substância P, o neurotransmissor que dispara o alarme dolorido e a menor disponibilidade de serotonina, molécula que avisa ao sistema nervoso que a causa da dor já passou. Confirmada que a fibromialgia está longe de ser uma doença psíquica, a pergunta que ainda não foi respondida é por que a doença surge. “Quando soubermos a sua origem, conseguiremos acabar com a causa e encontrar a cura”, diz o médico. Por enquanto, o que se conhece são os gatilhos do terrível incômodo — fatores que desencadeiam a crise, como o estresse pós-traumático —, além dos meios de minimizar o quadro e devolver qualidade de vida aos pacientes. Para diagnosticar a doença Para diagnosticar adequadamente a fibromialgia é preciso estar atento aos seus vários sintomas. “O diagnóstico da doença é clínico, pois os exames complementares, na maioria das vezes, são absolutamente normais. É preciso basear-se na presença do quadro característico de dor e no reconhecimento de pontos pré-definidos que sejam dolorosos à pressão dos dedos do especialista”, explica Sérgio Lanzotti. Para estabelecer o diagnóstico definitivo é preciso conhecer em detalhes a história do paciente, escutar suas queixas e procurar fatores emocionais ou quadros de depressão ou ansiedade. “Embora não sejam as causas diretas, as condições emocionais estão intimamente ligadas à enfermidade”, destaca o médico. Tratamento melhora a qualidade de vida Não existe uma terapêutica única para livrar o paciente de uma vez por todas das dores no corpo, problemas de sono, irritabilidade ou depressão associados. Mas a intensidade dolorosa poderá diminuir. Com a evolução do tratamento, a qualidade de vida pode melhorar. “O tratamento da fibromialgia precisa ser individualizado. Se houver alguma doença associada, ela deverá ser tratada para eliminar mais essa causa de sofrimento. E assim se procede com cada uma das doenças associadas. Procuramos equilibrar este paciente, sugerindo alterações no seu estilo de vida. Por exemplo, aconselhamos o paciente a não ficar parado. Atividades físicas aeróbicas e de baixo impacto, como uma caminhada; e/ou um trabalho de musculação bem dosado são benéficos, pois aumentam os níveis de endorfinas, melhoram o bem-estar e ajudam no relaxamento”, informa Lanzotti. O médico destaca que, em alguns casos, juntamente com os exercícios, é necessário empregar medicamentos para manter a dor sob controle. “São prescritos medicamentos que atuam sobre os níveis de serotonina, melhorando o processo de inibição da dor e as mudanças de humor”, explica. Os medicamentos utilizados no tratamento da fibromialgia abrangem desde analgésicos até anti-convulsivantes estabilizadores do Sistema Nervoso Central. “Dentre os tratamentos que estão sendo pesquisados para alívio das dores, destacamos a estimulação magnética transcraniana, que consiste na aplicação diária de ondas elétricas em um local específico do crânio. O tratamento ainda é experimental, encontra-se em avaliação, tanto no Brasil, como em centros especializados do mundo, como o Centro de Neurociência da Universidade de Harvard, Boston, nos Estados Unidos”, informa Lanzotti. Já as drogas como os opioides, com exceção do tramadol, não são muito eficazes no tratamento de pessoas fibromiálgicas. “O consenso é que no rol de cuidados não podem faltar remédios, atividade física aeróbica e uma boa alimentação. Um exemplo: caminhar de três a quatro vezes por semana, durante 30 minutos, libera substâncias prazerosas como as endorfinas e relaxa a musculatura. Alguns portadores de fibromialgia que seguem esse receituário chegam até a dispensar a medicação”, diz o reumatologista. Por fim, Sérgio Lanzotti destaca que durante o tratamento, é preciso “ensinar ao paciente algumas artimanhas para evitar os fatores estressantes, que são gatilhos para a dor. Técnicas de respiração e de relaxamento podem ser caminhos para o alívio do sofrimento também”, defende. FONTE: AS MAIS MAIS
Febre reumática pode causar problemas cardíacos
A febre reumática é uma doença autoimune que provoca dores nas articulações e destruição das válvulas do coração. Ela atinge principalmente crianças e adolescentes, entre 5 e 18 anos de idade. A doença dá seus primeiros sinais com o surgimento de uma infecção na garganta, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes. Se a infecção não é tratada apropriadamente, entre 1% e 5% das crianças adquirem dores nas articulações. Dessas, entre 30% e 40% vão desenvolver problemas cardíacos, no futuro. “Ainda não se sabemos exatamente porque apenas algumas pessoas desenvolvem essa complicação, mas sabemos que as que desenvolvem os problemas cardíacos já nascem com uma predisposição genética para a doença. Mas é possível também que fatores ambientais estejam envolvidos na patogenia da doença”, afirma o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Muitos sintomas… A febre reumática é uma doença que apresenta muitos sintomas: · Artrite migratória; · Sopro cardíaco, quando há comprometimento das válvulas do coração; · Cardite, inflamação no músculo do coração; · Coréia, movimentos descoordenados dos membros em conseqüência de inflamação no cérebro; · Eritema marginado, manchas avermelhadas na pele; · Nódulos subcutâneos; · Febre baixa (37,5º C); · Prostração; · Inapetência; · Falta de ar. Para ter certeza sobre o diagnóstico da doença, o reumatologista baseia-se na história da doença relatada pelos pais, nas alterações encontradas no exame físico e nos resultados de alguns exames. Este conjunto de dados – Critérios de Jones – é importantíssimo para o diagnóstico. “Exames de sangue, de cultura de material da orofaringe e a pesquisa de anticorpos para identificar a presença do Streptococcus pyogenes são úteis para confirmar o diagnóstico, com base na avaliação clínica. Na hipótese de comprometimento das válvulas do coração, eletrocardiograma, ecocardiograma e raios-x de tórax são exames recomendados também”, explica o reumatologista. Importância do tratamento apropriado “A febre reumática é um problema relevante de saúde pública, especialmente nos países pobres, nos quais se estima que a febre reumática seja responsável por cerca de 60% de todas as doenças cardiovasculares em crianças e adultos jovens”, destaca Sérgio Lanzotti. Apesar do declínio global da incidência de febre reumática experimentado na segunda metade do século XX, nas últimas duas décadas nota-se o aumento progressivo do número de casos agudos da doença, associados a formas agressivas e invasivas de infecções estreptocócicas. Todos os anos, 616 milhões de pessoas são infectadas pela bactéria e cerca de 15,6 milhões desenvolvem a doença, informa uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2005. No mesmo ano, a doença matou 283 mil crianças e adolescentes. No Brasil, o Ministério da Saúde identificou 10 milhões de infecções e 15 mil novos casos de doença cardíaca por ano. “Por isto, uma vez confirmado o diagnóstico de febre reumática é necessário que seja feita uma dose de penicilina benzatina (600.000 a 1200.000 unidades) intramuscular para erradicar o Streptococcus pyogenes do organismo. Além da prescrição do medicamento é preciso tratar a artrite, a cardite ou a coreia com os medicamentos adequados para cada situação”, explica o diretor do Iredo. Após esta primeira etapa, inicia-se a profilaxia secundária da doença, com a aplicação de penicilina benzatina a cada 21 dias, para evitar que a criança, quando em contato novamente com a bactéria, venha a apresentar uma recaída. “Para a criança que apresenta febre reumática, a falha ou a interrupção da medicação, a cada 21 dias, pode trazer consequências graves, pois se ela entrar em contato com outra criança ou adulto com infecção de orofaringe, ela não somente será reinfectada, como poderá desenvolver novamente as complicações da febre reumática, sendo a recorrência de cardite cada vez mais grave, exigindo tratamentos mais rigorosos, inclusive cirurgia cardíaca”, explica o médico. O tempo de tratamento da doença será determinado pelo reumatologista, que levará em conta se houve acometimento do coração ou não. “Nos casos em que só há artrite, a medicação poderá ser usada até 18 anos ou até 5 anos, após o diagnóstico da doença, se a criança tiver mais de 13 anos. Se tiver ocorrido cardite, a medicação deverá ser para toda a vida”, observa Lanzotti. Medidas preventivas Como não podemos saber quem tem predisposição para desenvolver as complicações da infecção de orofaringe por esta bactéria, a recomendação é que em qualquer infecção de garganta em crianças e adolescentes, o médico seja consultado para avaliar a necessidade ou não de tratamento com antibióticos. Só o médico saberá diferenciar cada situação. “Já para a criança que tem o diagnóstico de febre reumática confirmado, a única maneira de evitar complicações mais graves no coração é não deixar de tomar as injeções de penicilina nas datas certas”, alerta o reumatologista. Pesquisa no Brasil avança Os primeiros testes em humanos de uma vacina brasileira contra a bactéria precursora da febre reumática poderão ser realizados em 2011. No Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, testes com camundongos mostraram que a vacina imunizou de 80% a 100% dos animais. Para que a expectativa se concretize no ano que vem, os cientistas precisam preparar a documentação a ser submetida à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e esperar a resposta do órgão. FONTE: DOURADOS AGORA
Artrite reumatoide x exercícios físicos
Pessoas que são fisicamente ativas são mais saudáveis, mais felizes e vivem mais do que aquelas que são sedentárias. “E isso é especialmente verdade para as pessoas com artrite, apesar da doença ser apontada como a causa mais comum para a inatividade e a ausência de atividades recreativas”, diz o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Pacientes com artrite costumam evitar os exercícios físicos por uma série de razões. “Alguns pacientes evitam as atividades físicas devido ao medo da dor articular ou de ferimentos; outros evitam os exercícios pelas mesmas razões dos que não têm artrite: relutância em mudar o estilo de vida”, explica o médico. O sedentarismo, além de agravar os problemas relacionados com a artrite, pode resultar em uma série de outros riscos à saúde, incluindo o diabetes tipo II e as doenças cardiovasculares. “A diminuição da tolerância à dor, a fraqueza muscular, a rigidez articular e a falta de equilíbrio, comum a muitas formas de artrite, podem ser agravadas pela falta de exercícios físicos”, destaca Sérgio Lanzotti. nächster Para as pessoas com artrite, o exercício é parte importante do tratamento, uma vez que, juntamente com a manutenção do peso saudável, a prática pode ajudar a aliviar as dores da doença reumática. “Não é necessário treinar como um triatleta para experimentar os benefícios do exercício físico. Iniciar os exercícios lentamente, com intensidade reduzida, irá permitir que o paciente adote com mais facilidade um plano de exercícios bem-sucedido, que irá beneficiar a sua artrite e a sua saúde geral”, observa o diretor do Iredo. Benefícios para o paciente reumático Cada tipo de exercício tem um efeito positivo na redução da dor associada à artrite e às outras doenças reumáticas. Conheça alguns destes benefícios: · Mais flexibilidade: os exercícios ajudam a manter ou a melhorar a flexibilidade das articulações e dos músculos adjacentes afetados pela doença. Os benefícios incluem uma melhor postura, redução do risco de lesões e melhora da função. Exercícios de flexibilidade devem ser realizados de cinco a 10 vezes por dia, enquanto os exercícios de alongamento devem ser realizados, pelo menos, três dias por semana; · Reforço da musculatura: os exercícios de fortalecimento são projetados para trabalhar os músculos. Músculos fortes melhoram sua função e ajudam a reduzir a perda óssea relacionada à inatividade. Para as pessoas com artrite, um conjunto de exercícios para os principais grupos musculares é recomendável pelo menos 2-3 vezes por semana. “A resistência ou o peso deve desafiar os músculos, sem aumentar a dor nas articulações”, observa o reumatologista; · Melhora da capacidade aeróbica: exercícios aeróbicos incluem atividades que usam os grandes músculos do corpo de uma maneira repetitiva e rítmica. O exercício aeróbico fortalece o coração e o pulmão. Para as pessoas com artrite, este tipo de exercício agrega outros benefícios, tais como controle de peso, melhora do humor, do sono e da saúde em geral. Formas seguras de realizar exercícios aeróbicos incluem caminhada, dança aeróbica, hidroginástica, ciclismo ou exercícios em equipamentos como bicicletas ergométricas e esteiras. “As recomendações atuais para atividade aeróbica são 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana, de preferência, distribuídos por vários dias na semana”, orienta Sérgio Lanzotti; · Consciência corporal: exercícios de consciência corporal abrangem atividades para melhorar a postura, o equilíbrio, o senso de posição articular, a coordenação e o relaxamento. “Tai chi e yoga são exemplos de exercícios recreativos que incorporam elementos da consciência corporal e podem ser muito úteis para pacientes artríticos”, diz o médico. FONTE: IAOL
Síndrome de Sjogren e Venus Williams
Antes do ocorrido com a famosa tenista, muitas pessoas provavelmente nunca tinham ouvido falar da Síndrome de Sjogren (SS), uma das doenças autoimunes mais prevalentes. Mas o recente anúncio, feito por Venus Williams, que ela estava sofrendo de fadiga e de outros sintomas relacionados com a doença chamou a atenção do público para uma condição preocupante. Cerca de nove mulheres são acometidas para cada homem, por este motivo, disfunções hormonais parecem fazer parte da fisiopatologia no desenvolvimento da SS, principalmente as deficiências de andrógenos, estrógeno e de progesterona. Embora a maioria das mulheres diagnosticadas costuma estar na menopausa ou com mais idade, a doença pode ocorrer também em crianças e adolescentes. Mulheres jovens com a Síndrome de Sjögren podem apresentar complicações na gravidez. “A doença geralmente começa como uma sensação de desconforto nos olhos e na boca. Os pacientes dizem que seus olhos estão secos e vermelhos, mesmo usando colírio. Muitas vezes, relatam também que a boca está muito seca e os alimentos estão se tornando insípidos. Em alguns, aparecem gânglios inchados no pescoço, fazendo com que pareça que eles têm caxumba”, informa o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares. Os sintomas descritos são os principais sinais clínicos da Síndrome de Sjogren, uma doença misteriosa, causada por uma superprodução de linfócitos B, células do sistema imunológico. “Mas há também pessoas que relatam dificuldades para transpirar porque suas glândulas sudoríparas estão obstruídas e dificuldades para digerir os alimentos. Muitas mulheres declaram sentir dor durante a relação sexual, porque não produzem mais líquidos para lubrificação da vagina”, conta o médico. Quando Venus Williams afirmou que a doença a faz se sentir muito cansada, ela estava certa. Pacientes com a Síndrome de Sjogren, assim como aqueles com artrite reumatoide e lúpus, apresentam um cansaço crônico e não há maneira de aliviar essa sensação. “Algumas pesquisas neste sentido já foram feitas com pacientes com lúpus. Os estudiosos procuraram medir a quantidade de oxigênio que estes pacientes consomem quando se exercitam e descobriram que eles usam muito mais oxigênio do que pessoas saudáveis, embora ninguém consiga explicar ainda porque isto acontece”, diz o diretor do Iredo. Um tratamento difícil… A prednisona, que é um corticoide sintético, geralmente é o remédio mais empregado no tratamento. A medicação suprime o sistema imunológico e pode oferecer alívio a curto prazo ou imediato dos sintomas. “Pessoas que estão desfiguradas por glândulas inchadas no pescoço podem parecer perfeitamente normal dentro de 24 horas. A droga, no entanto, não pode ser tomada por longos períodos, porque tem efeitos colaterais graves, como osteoporose, catarata, inchaço facial, ganho de peso, perda de massa muscular, aterosclerose precoce e diabetes”, explica o reumatologista. Outra alternativa terapêutica para estes pacientes é o emprego de drogas anti-malária com quinino. “Não compreendemos completamente por que esta droga diminui os sintomas da doença. Seus efeitos foram descobertos por acidente, quando o exército tomou o medicamento para evitar a malária e alguns soldados que tinham artrite reumatoide ou lúpus notaram que os seus sintomas foram aliviados. Esta medicação também oferece riscos, ela pode danificar a retina ao longo do tempo e seus efeitos são irreversíveis: o resultado final é a perda da visão”, explica Lanzotti. Como podemos ver, a medicina ainda tateia no tratamento da doença e fica alternando drogas que suprimem o sistema imunológico. “A perspectiva de longo prazo para pacientes com a Síndrome de Sjogren não é boa. Estes pacientes apresentam maior risco de linfomas e câncer de células B. Também correm mais risco de sofrerem com doenças renais que podem destruir a função dos órgãos, levando estes pacientes à diálise. Os olhos secos e a boca seca são sintomas que tendem a piorar. Os olhos secos, depois de um tempo, não respondem mais ao uso de colírios. A boca seca pode levar à cáries e à deterioração dos tecidos da boca, o que pode tornar difícil o ato de comer”, avisa o reumatologista. Amenizando os desconfortos A Síndrome de Sjögren não representa risco iminente de vida, mas certamente provoca profundas alterações na vida do paciente. Com uma conduta terapêutica apropriada, a qualidade de vida pode ser melhorada. Como a doença não tem cura, o diagnóstico e a intervenção precoces podem afetar o curso da doença. “Devido a variedade de sintomas, após o diagnóstico, além do acompanhamento reumatológico, o paciente precisa ser acompanhado também por outros especialistas, como oftalmologistas, otorrinolaringologistas, dentistas, dentre outros. É importante para a sua qualidade de vida que o paciente seja atendido por uma equipe multidisciplinar”, diz Sérgio Bontempi Lanzotti. Veja a seguir, dicas gerais, fornecidas pelo diretor do Iredo, visando assegurar qualidade de vida aos portadores da doença: • Se você usa lágrimas artificiais mais de 4 vezes ao dia, prefira as formulações sem conservantes; • Para dormir, faça uso de pomada lubrificante de vaselina oftálmica sem conservante para aliviar a secura dos olhos por tempo mais prolongado; • Quando dormir em ambiente de ar condicionado ou ventilador, coloque a máscara sobre os olhos para protegê-los; • Beba água com frequência para manter sua boca úmida; • Mantenha uma boa higiene oral, usando fio dental e escovando os dentes regularmente; • Restrinja o uso de açúcar para evitar a decomposição rápida dos dentes; • Visite regularmente seu dentista; • Evite bebidas alcoólicas e as que contenham cafeína, pois elas aumentam a secura da boca; • Use umidificador ou vaporizador para manter um nível confortável de umidade do ar no ambiente; • Evite correntes de ar oriundas de aparelhos de ar condicionado, leques, ventiladores ou aparelho de calefação; • Caso necessite fazer uso de nebulização, não esqueça de proteger os olhos com compressas de água boricada ou com óculos de natação, evitando desta forma que o vapor resseque os olhos; • Proteja os olhos, evitando exposição ao vento e ao sol com protetores adequados; • Use loções hidratantes na sua pele e soluções salinas no nariz.
Osteoartrite: dieta e exercícios no tratamento
Para adultos com sobrepeso e obesos com osteoartrite de joelho, combinar dieta e exercícios físicos intensivos resulta em menos dor e na melhora da função no joelho, após 18 meses, do que apenas dietas e exercícios sozinhos. É o que diz um estudo publicado no JAMA. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores americanos realizaram um estudo para determinar se uma redução de 10% ou mais no peso corporal induzida por dieta, com ou sem exercício, reduziria também a inflamação das juntas e afetaria mais os resultados clínicos do que apenas o exercício físico sozinho. O estudo randomizado foi realizado entre julho de 2006 e abril de 2011. Incluiu 454 idosos com sobrepeso e obesidade (idade 55 anos ou mais, com um índice de massa corporal de 27-41) com osteoartrite de joelho diagnosticada. As intervenções consistiram de perda intensa de peso induzida por dieta e exercícios, perda de peso intensa induzida por dieta ou apenas perda de peso induzida pelos exercícios. Dos participantes, 399 (88%) completaram o estudo (retornando durante 18 meses para acompanhamento). Dentre as conclusões, destacam-se: • A perda de peso foi maior no grupo de dieta e exercícios e no grupo da dieta em comparação com o grupo de exercícios físicos; • Quando comparado com o grupo de exercícios, o grupo de dieta e exercícios físicos apresentava menos dor no joelho, melhor função, mais rapidez e velocidade na caminhada e melhor qualidade de saúde física; • Os participantes dos grupos de dieta e exercícios e da dieta apresentaram maiores reduções da interleucina-6 (um preditor de inflamação) do que aqueles no grupo de exercícios; • Aqueles que estavam no grupo da dieta apresentaram maior redução na força de compressão do joelho do que aqueles no grupo de exercícios. “A osteoartrite (OA) é a principal causa de incapacidade crônica entre os idosos. A OA do joelho é a causa mais frequente de problemas de mobilidade e de diminuição da qualidade de vida. A obesidade é um importante fator de risco para a OA do joelho. Os tratamentos atuais para OA do joelho são insuficientes; dos pacientes tratados farmacologicamente, apenas cerca de metade experimentam redução da dor em cerca de 30%, geralmente sem melhora da função”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares, (CRM-SP 60.377). Os resultados desse estudo sugerem que a perda de peso intensa pode ter benefícios tanto anti-inflamatórios, quanto biomecânicos. “Quando há a combinação da perda de peso com exercícios físicos, os pacientes podem atingir com segurança uma perda de peso média de longo prazo de mais do que 10% do seu peso corporal, com uma melhora maior dos sintomas associados à osteoartrite do que só com a dieta ou a prática de exercícios físicos”, defende Sergio Lanzotti.