Artrite reumatoide x exercícios físicos

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Pessoas que são fisicamente ativas são mais saudáveis, mais felizes e vivem mais do que aquelas que são sedentárias. “E isso é especialmente verdade para as pessoas com artrite, apesar da doença ser apontada como a causa mais comum para a inatividade e a ausência de atividades recreativas”, diz o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Pacientes com artrite costumam evitar os exercícios físicos por uma série de razões. “Alguns pacientes evitam as atividades físicas devido ao medo da dor articular ou de ferimentos; outros evitam os exercícios pelas mesmas razões dos que não têm artrite: relutância em mudar o estilo de vida”, explica o médico. O sedentarismo, além de agravar os problemas relacionados com a artrite, pode resultar em uma série de outros riscos à saúde, incluindo o diabetes tipo II e as doenças cardiovasculares. “A diminuição da tolerância à dor, a fraqueza muscular, a rigidez articular e a falta de equilíbrio, comum a muitas formas de artrite, podem ser agravadas pela falta de exercícios físicos”, destaca Sérgio Lanzotti. nächster Para as pessoas com artrite, o exercício é parte importante do tratamento, uma vez que, juntamente com a manutenção do peso saudável, a prática pode ajudar a aliviar as dores da doença reumática. “Não é necessário treinar como um triatleta para experimentar os benefícios do exercício físico. Iniciar os exercícios lentamente, com intensidade reduzida, irá permitir que o paciente adote com mais facilidade um plano de exercícios bem-sucedido, que irá beneficiar a sua artrite e a sua saúde geral”, observa o diretor do Iredo. Benefícios para o paciente reumático Cada tipo de exercício tem um efeito positivo na redução da dor associada à artrite e às outras doenças reumáticas. Conheça alguns destes benefícios: · Mais flexibilidade: os exercícios ajudam a manter ou a melhorar a flexibilidade das articulações e dos músculos adjacentes afetados pela doença. Os benefícios incluem uma melhor postura, redução do risco de lesões e melhora da função. Exercícios de flexibilidade devem ser realizados de cinco a 10 vezes por dia, enquanto os exercícios de alongamento devem ser realizados, pelo menos, três dias por semana; · Reforço da musculatura: os exercícios de fortalecimento são projetados para trabalhar os músculos. Músculos fortes melhoram sua função e ajudam a reduzir a perda óssea relacionada à inatividade. Para as pessoas com artrite, um conjunto de exercícios para os principais grupos musculares é recomendável pelo menos 2-3 vezes por semana. “A resistência ou o peso deve desafiar os músculos, sem aumentar a dor nas articulações”, observa o reumatologista; · Melhora da capacidade aeróbica: exercícios aeróbicos incluem atividades que usam os grandes músculos do corpo de uma maneira repetitiva e rítmica. O exercício aeróbico fortalece o coração e o pulmão. Para as pessoas com artrite, este tipo de exercício agrega outros benefícios, tais como controle de peso, melhora do humor, do sono e da saúde em geral. Formas seguras de realizar exercícios aeróbicos incluem caminhada, dança aeróbica, hidroginástica, ciclismo ou exercícios em equipamentos como bicicletas ergométricas e esteiras. “As recomendações atuais para atividade aeróbica são 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana, de preferência, distribuídos por vários dias na semana”, orienta Sérgio Lanzotti; · Consciência corporal: exercícios de consciência corporal abrangem atividades para melhorar a postura, o equilíbrio, o senso de posição articular, a coordenação e o relaxamento. “Tai chi e yoga são exemplos de exercícios recreativos que incorporam elementos da consciência corporal e podem ser muito úteis para pacientes artríticos”, diz o médico. FONTE: IAOL

Atrite reumatoide: fatos sobre a doença

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A artrite reumatoide impede a realização de exercícios físicos No passado, as pessoas com artrite reumatoide eram muito magras, pois acreditava-se que  os exercícios físicos provocavam  mais danos às articulações e atrofiavam ao músculos. Além disso, acreditava-se também que a inflamação crônica associada com a artrite reumatoide provocava perda de peso e perda de apetite. “Hoje, sabemos que os medicamentos antiinflamatórios e os exercícios físicos fazem parte do tratamento, portanto, ter artrite não significa ter uma aparência franzina. Realizar o exercício físico pode ser difícil (se não impossível) durante uma crise, mas de modo geral, a atividade física geralmente ajuda no tratamento e não agrava o estado dos pacientes com a doença”, explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, (CRM-SP 60.377), diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares. Fumar pode desencadear a doença Fumar é o gatilho ambiental mais bem compreendido e pode desempenhar um papel importante em um terço dos casos graves de artrite reumatoide, incluindo mais de 50% dos diagnósticos da doença entre as pessoas que são geneticamente suscetíveis a ela. “Os fumantes que têm uma variante genética conhecida como epítopo compartilhado têm um risco dez vezes maior de desenvolver artrite. Nós sabemos que fumar provoca doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer e muitas outras doenças, mas para alguns, a ligação entre o tabagismo e a artrite reumatoide é uma surpresa”, diz o reumatologista. A artrite reumatoide risco varia segundo a geografia Quanto mais longe da linha do Equador, maior é o risco de artrite reumatoide. Viver em uma latitude mais elevada no início da vida – entre 15-30 anos – parece ser mais arriscado do que em outros momentos. “Em um estudo de 2010, realizado com cerca de 10.000 mulheres, o risco da doença foi maior para aquelas que viviam no nordeste e no centro-oeste dos Estados Unidos, em comparação com mulheres que viviam a oeste das Montanhas Rochosas. Os autores destacaram que o risco de artrite aumenta nas latitudes superiores devido à falta de luz solar bem como a outros fatores ambientais”, afirma Lanzotti. A vitamina D pode estar ligada ao risco de desenvolver artrite Um estudo de 2004 acompanhou mais de 29 mil mulheres e descobriu que aquelas com a menor ingestão de vitamina D apresentavam maior risco de desenvolver artrite. “Não está provado que a vitamina desempenha um papel no aparecimento da doença. No entanto, o efeito protetor da vitamina D poderia explicar porque as pessoas que vivem em latitudes mais altas – recebendo menos luz solar e produzindo menos vitamina D, em geral – parecem estar em maior risco de desenvolver artrite reumatoide. Outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, também têm sido vinculadas a déficits de vitamina D”, conta o médico. A poluição provocada pelo excesso de tráfego pode desempenhar um papel importante Partículas microscópicas geradas pela poluição podem ser inaladas profundamente pelos pulmões e podem estar relacionadas com a inflamação provocada pela artrite. “Pesquisadores de Harvard realizaram um estudo em 2009 com mais de 90 mil mulheres norte-americanas para analisar a relação entre artrite e poluição do tráfego. Eles descobriram que as mulheres que viviam muito próximas de uma grande estrada apresentavam um maior risco de desenvolver artrite reumatoide em comparação com aquelas que viviam mais longe”, conta o diretor do Iredo. A artrite  está em ascensão entre as mulheres A artrite  está em alta entre as mulheres americanas, pela primeira vez, em 40 anos, de acordo com um estudo de 2010 de pesquisadores da Clínica Mayo. Eles descobriram um aumento de 2,5% nas taxas de artrite reumatoide entre as mulheres, entre 1995 e 2007, enquanto as taxas entre os homens caíram durante esse período. “Não está claro o porquê, mas os pesquisadores especulam que isso pode ser devido ao tabagismo (mulheres não deixam de fumar tão rapidamente quanto os homens); pílulas anticoncepcionais com baixa de estrógeno (o hormônio poderia ser protetor), e, possivelmente, mais deficiências de vitamina D”, diz o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti. A história da artrite reumatoide é obscura Nunca foi registrado um caso de artrite reumatoide em múmias e não há nenhuma evidência de que ela existia no Velho Mundo, antes de Cristóvão Colombo descobrir a América em 1492. “Isso sugere que a doença pode ser causada por um fator ambiental, mas isso nunca foi provado”, observa o reumatologista. Depressão e artrite caminham juntas “Isso provavelmente está relacionado com a dor da artrite reumatoide e o estresse associado a viver com uma doença crônica. Além disso, níveis elevados da proteína inflamatória do fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) no sangue são associados com a depressão, por isso é possível que a inflamação que provoca a artrite reumatoide também provoque a depressão”, explica Lanzotti. A artrite  favorece o aparecimento de outras doenças autoimunes “As pessoas com artrite reumatoide apresentam fatores de risco genéticos que as tornam suscetíveis a diversas doenças autoimunes. Doenças autoimunes da tireoide e síndrome de Sjögren são particularmente mais comuns em pessoas com artrite reumatoide”, afirma o médico. Gravidez afeta os sintomas da artrite reumatoide Algumas doenças autoimunes, incluindo a artrite reumatoide e o lúpus, apresentam uma melhora de seus sintomas durante a gravidez. “A artrite, muitas vezes, entra em remissão durante a gravidez. Algumas estatísticas mostram que até 75% das mulheres com artrite reumatoide vai entrar em remissão a partir do segundo mês de gravidez. A gravidez pode fazer com que o sistema imunológico hiperativo se comporte de outra maneira, além de aumentar a produção de alguns hormônios que têm efeitos protetores durante a gestação”, explica o diretor do Iredo. A artrite pode aumentar o risco de ataque cardíaco “A artrite é um fator de risco independente para ataques cardíacos, mesmo quando o nível de colesterol do paciente é normal, a pressão arterial é baixa e o paciente não tem diabetes. Se a doença está ativa, o  risco de ataque cardíaco é triplicado. A inflamação sistêmica, que é uma característica da artrite reumatoide, é a provável culpada desse fato”, observa o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti. Artrite e diabetes: uma relação complicada