Doença autoimune: informações importantes
Viver com uma doença crônica pode ser bastante difícil, viver com uma doença autoimune pode ser ainda mais desafiador para o paciente. “Ainda altamente incompreendidas pelos profissionais de saúde e pelos pacientes, as doenças autoimunes são caracterizadas por sintomas nebulosos que podem dificultar o diagnóstico preciso. Os tratamentos variam, e, em alguns casos, exigem mudanças de hábitos e de comportamento”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo). Em um esforço para tornar a vida do portador de uma doença autoimune um pouco mais fácil, o médico lista, a seguir, sete importantes alertas sobre essas condições de saúde: 1. Doenças autoimunes provocam uma “guerra interna” no organismo do paciente. Todos nós temos um sistema imunológico, formado por células e órgãos que combatem os germes e “outros invasores”. “Em uma pessoa saudável, o corpo imediatamente entende a diferença entre as suas próprias células e as células estranhas, contra as quais é preciso lutar. Em pessoas com uma doença autoimune, o sistema imunitário falha e faz com que as células normais sejam atacadas. O resultado é um ataque equivocado ao próprio corpo, o que pode afetar qualquer órgão e função do corpo”, explica Lanzotti. 2. Existem mais de 80 tipos de doenças autoimunes. Dentre as mais conhecidas estão: artrite reumatoide, lúpus, doença celíaca, doença de Crohn, endometriose, síndrome de Guillain-Barre, narcolepsia e psoríase. 3. As doenças autoimunes são relativamente comuns. As estimativas americanas apontam que mais de 23 milhões de americanos são afetados por uma doença autoimune. Isso é aproximadamente o mesmo contingente de pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2. Mas a Associação Americana de Doenças Autoimunes (AARDA) estima que o número possa estar mais perto de 50 milhões de americanos. “Doenças autoimunes específicas, por outro lado, podem ser extremamente raras. Por exemplo, os tipos de vasculite, doença autoimune, podem afetar apenas 200.000 pessoas nos EUA, hoje”, diz o diretor do Iredo. 4. Elas podem ser genéticas. Há evidências que sugerem que os membros de uma mesma família são mais propensos a desenvolver as mesmas (ou similares) doenças autoimunes. “Mas somente os genes não explicam o quadro complexo dessas doenças. É provável que os fatores ambientais e mesmo as infecções desempenhem um papel no desencadeamento de uma doença autoimune numa pessoa com uma predisposição genética”, explica o reumatologista. 5. Doenças autoimunes não são alergias. Os sintomas de doenças autoimunes são, por vezes, confundidos com reações alérgicas. E, embora haja alguma evidência que liga uma predisposição genética para ambas as condições: alergias e doenças autoimunes, sugerindo ainda que as alergias podem provocar doenças autoimunes, as duas são condições totalmente diferentes. “A doença celíaca é um claro exemplo: uma pessoa com alergia ao trigo e uma pessoa com doença celíaca seriam tratadas de forma semelhante. Ambas irão remover o glúten de suas dietas. Mas, o corpo de uma pessoa com alergia ao trigo não está atacando o próprio organismo. Essa pessoa não apresenta risco de dano intestinal, deficiências nutricionais e outros riscos associados à doença celíaca, como alguns tipos de cânceres gastrointestinais”, diz o diretor do Iredo. 6. Pode-se levar anos de tentativa e erro para se chegar ao diagnóstico. Como muitas doenças autoimunes afetam vários órgãos, os sintomas podem ir e vir. Assim, essas condições podem ser de difícil diagnóstico, mesmo para especialistas em reconhecê-las e tratá-las. “Na maioria dos casos, não há um único teste ou exame que o médico possa solicitar para confirmar um diagnóstico. É preciso realizar vários exames, sugerir um diagnóstico e excluir outros. Não é incomum para alguém com uma doença autoimune receber outro diagnóstico, em primeiro lugar, ou ser informado de que seus sintomas são apenas devido ao estresse”, observa Sergio Lanzotti. 7. Síndrome da fadiga crônica e fibromialgia não são doenças autoimunes. Ambas as condições são frequentemente classificadas como tal, uma vez que partilham muitos sintomas comuns com as doenças autoimunes, mas tecnicamente essas condições não são doenças autoimunes. “Assim como as doenças autoimunes, a fibromialgia e a síndrome da fadiga crônica podem ser ainda menos compreendidas pelos médicos. No entanto, pessoas com fibromialgia e com fadiga crônica podem apresentar também doenças autoimunes associadas”, diz o reumatologista. [/et_pb_text][/et_pb_column] [/et_pb_row] [/et_pb_section]