Lúpus pode “parecer” com distúrbios neurológicos

lúpus

O lúpus e outras doenças reumatológicas podem se apresentar, inicialmente, como distúrbios neurológicos, tais como dores de cabeça e convulsões, e, assim, retardar o seu diagnóstico por muitos meses, defende um artigo publicado na revista Current Neurology and Neuroscience Reports.

Além disso, os tratamentos para as doenças reumáticas podem causar efeitos neurológicos adversos, alerta os pesquisadores.

As doenças reumatológicas incluem desordens autoimunes e inflamatórias das articulações e dos tecidos moles, tais como lúpus, vasculite sistémica e espondilose anquilosante.

“O lúpus pode causar problemas cardíacos que levam a acidentes vasculares cerebrais. Mais da metade dos pacientes com lúpus sofre com dores de cabeça, e um terço sofre com enxaquecas. Cerca de 1,5% relata a ‘dor de cabeça do lúpus’, definida como uma dor de cabeça persistente, grave e intratável que não responde aos medicamentos narcóticos. Cerca de 20% dos pacientes com lúpus apresentam convulsões  e uma outra disfunção cognitiva. Cerca de 20% dos pacientes com lúpus experimentam transtornos de humor. ‘A psicose do lúpus’ pode incluir paranoia e ouvir vozes, o que pode ser confundido com a esquizofrenia”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Pacientes com vasculites sistêmicas podem experimentar distúrbios neurológicos, como dores de cabeça, convulsões e neuropatias ópticas. “Um terço desses pacientes terá prejuízos neurológicos residuais e vai exigir um tratamento a longo prazo para suprimir seu sistema imunológico”, informa o médico.

Segundo Lanzotti, “pacientes com espondilite anquilosante  podem sentir dores de cabeça, no cerebelo e no tronco encefálico, além de apresentarem alterações cognitivas, convulsões e neuropatia craniana”, diz.

As doenças reumáticas, assim como as síndromes neurológicas, podem representar desafios diagnósticos. Os medicamentos para pacientes com doenças reumáticas incluem drogas imunossupressoras e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides. Novos medicamentos têm expandido as opções de tratamento.

“No entanto, estes tratamentos também carregam um risco de efeitos adversos neurológicos. Portanto, a familiaridade com manifestações neurológicas nas doenças reumatológicas é fundamental para o diagnóstico e para as consequências potenciais do tratamento  sobre o sistema nervoso”, avisa o reumatologista.

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